quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

CARACTERIZAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS PRINCIPAIS 

No Estado da Paraíba destacam-se quatro ecossistemas naturais principais, marcados de diversificada presença da ação antrópica e diferentes processos de alteração: Planícies Litorâneas, de Florestas, de Áreas em Transição e de Caatinga. As Planícies Litorâneas e as Florestas situam-se na Zona Litoral-Mata, as Áreas de Transição, na Zona do AgresteBrejo e a Caatinga, na Zona Semi-Árida, zonas geoeconômicas da Paraíba. Tais limites não são rígidos, podendo haver interpenetrações de um ou mais desses ecossistemas em uma ou mais das três zonas geoeconômicas do Estado. Os quatro ecossistemas naturais principais são analisados de forma associada às três zonas geoeconômicas do Estado. Os impactos ambientais registrados nos ecossistemas naturais da Paraíba têm provocado graves alterações, principalmente no que diz respeito aos recursos de solo e água, a flora e a fauna. As informações disponíveis informam que das três zonas geoeconômicas do Estado, a Semi-Árida enfrenta forte pressão sobre os recursos disponíveis, em especial os hídricos. Nas Zonas Litoral-Mata e do Agreste-Brejo, a pressão sobre a flora assumiu uma magnitude tal que chega a caracterizar a oferta de produtos madeireiros como dependente de outras áreas. A fauna existente na Zona Litoral-Mata tem sido fortemente afetada. De uma lista de 46 espécies ameaçadas de extinção na Paraíba, conforme estudo da SUDEMA, cerca de 25 têm (ou tinham) seu habitat na Mesorregião da Mata Paraibana. Os problemas observados, na maioria dos casos, resultam da devastação da cobertura vegeta natural. A paisagem natural dos ambientes costeiros, onde se sobressaem falésias, restingas, dunas, baixos planaltos embocaduras e estuários, vem sendo fortemente afetada. Os prejuízos de ordem ecológica comprometem sensivelmente o potencial turístico da Paraíba. A destruição dos remanescentes da Mata Atlântica e dos cordões de ligação acarretam, além disso, danos irreparáveis à biodiversidade característica dessa formação florestal. O processo de degradação dos solos evoluídos do Brejo Paraibano, enfatizando-se os Podzólicos das encostas íngremes orientais do Planalto da Borborema e os Latossolos das chãs, resulta da destruição das coroas remanescentes das matas de altitude e da acentuada pressão antrópica. O avanço do desmatamento em direção ao topo das elevações, para expansão da cana-de-açúcar e da pecuária extensiva tem acelerado o processo erosivo, aumentado a evaporação, com evidentes alterações climáticas, conhecidas como "agrestização" do Brejo e assoreamento das várzeas. O processo de desertificação já se mostra bastante acentuado nas áreas de caatinga, principalmente onde os índices pluviométricos são inferiores a 500 mm/ano, a exemplo das Microrregiões do Curimataú Ocidental, Cariri Oriental e Cariri Ocidental, bem como do Seridó. A ocorrência desse processo registra-se em função do uso de práticas inadequadas na mineração e agropecuária, sem um devido manejo racional da caatinga, mas sim com uma forte agressão ao ecossistema, caracterizada pelo desmatamento ilimitado e irracional, provocando assim impactos cuja versão, se não impossível, é bastante onerosa. Na Mesorregião da Borborema, uma das mais ricas em recursos minerais metálicos e não metálicos do Estado, também estão sendo observados graves problemas de poluição referentes à poluição do ar, nas unidades de beneficiamento, às formas de deposição dos resíduos da mineração, à destruição da flora nativa para obtenção da lenha usada como combustível na calcinação do calcário e no beneficiamento da bentonita, e, conseqüentemente na extinção da fauna. O processo de erosão dos solos, a montante dos açudes vem comprometendo os recursos hídricos superficiais, disponíveis em rios e reservatórios do semi-árido, a exemplo das Mesorregiões do Agreste, da Borborema e do Sertão. Os solos utilizados na agricultura irrigada por falta da adoção de práticas e de manejo e drenagem adequados, vêm sendo submetidos a danos muitas vezes irreparáveis, comprometendo o aproveitamento das áreas potencialmente irrigáveis, assim como os recursos hídricos do Semi-Árido. No tocante à exploração mineral, a situação também é preocupante, posto que esta ocorre de forma bastante irracional, principalmente ocorrências pegmatíticas do Cariri e do Seridó.

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